Carreata marcou o movimento intitulado
“Cataratas para todos”
Setor turístico em carreata pela Rodovia das Cataratas - Foto: Jaime Nelson Nascimento
O setor turístico de Foz do
Iguaçu realizou nesta sexta-feira, 13, uma mobilização contra o fechamento do
Parque Nacional do Iguaçu. Líderes sindicais, gestores de turismo, empresários,
profissionais guias de turismo, taxistas, agentes de viagens, motoristas de
veículos de turismo, entre outros profissionais, se concentraram em frente ao
Chocolate Caseiro Três Fronteiras e partiram em carreata e também a pé, em
direção ao portão do parque.
A
mobilização, que é por tempo indeterminado, tem o envolvimento de diversas entidades:
Sindicato das Empresas de Turismo (SINDETUR), Sindicato dos Condutores de
Veículos Rodoviários de Foz do Iguaçu (SINDTÁXI), Sindicato dos Guias de
Turismo (SINGTUR), Cooperativa de Transporte e Turismo Alternativo (COOTRAFOZ),
Cooperativa dos Taxistas (COOPERTÁXI), Associação de Receptivo
Internacional de Foz do Iguaçu (ATRIFI), entre outras.
Durante o
ato pacífico, o presidente do SINDETUR e do Conselho Municipal de Turismo, Newton Paulo Angeli, manifestou-se, afirmando: “nós esperamos
sensibilizar Brasília e mostrar para a população de Foz do Iguaçu de que alguma
coisa está errada nessa maneira como o Instituto Chico Mendes está
administrando o nosso parque; eles estão retirando a população de poder
usufruir dos benefícios econômicos das Cataratas do Iguaçu”.
Segundo o presidente da ATRIFI,
Julio Cesar Rodrigues, “se nós formos impedidos de entrar no parque, o
transporte será reduzido pela metade e haverá uma dificuldade muito grande em
termos sociais, pois acarretará em desemprego”. “O parque não tem condições de
atender a demanda; os turistas hoje, e em alta temporada, mesmo em dias de
feriado prolongado, ficam mais de uma, duas horas na fila, isso com o auxílio do
transporte de fora; então, nós temos que evitar o pior”. E completou: “a cidade
vive e respira turismo, mas se não atendermos bem o turista, ele vai procurar
outro destino”.
Para o presidente da COOTRAFOZ,
Vitalino Capeletto, “esse movimento
é para mostrar a força que nós temos dentro do turismo e as consequências que
podem acarretar, como o desemprego que pode vir com o fechamento do parque no
dia 29. Na terça-feira, vai ter uma audiência na Casa Civil em Brasília e nós
estaremos lá para novamente tentar reverter essa situação”.
Valdomiro Garcia da Rocha, presidente da Coopertáxi, destacou
que “a categoria dos táxis tem muito a perder com o fechamento do parque, pois
atendemos não só pessoas de Foz, mas do mundo todo, nós somos um contato direto
e formadores de opinião, então é uma perda muito grande para a cidade em geral”.
O prefeito Reni Pereira,
presente na manifestação, disse que “ninguém é contra a preservação, ou contra
um plano de manejo, o que se pede é o bom senso e a prorrogação do prazo da
portaria, pelo menos até passar a Copa do Mundo e que até lá se faça o plano,
com uma regra uniforme para todos”. Para o prefeito, “é possível resolver a situação, basta ter vontade política, já que
no aspecto técnico, até o momento, não foi possível”, relatou.
O deputado federal Professor
Sérgio de Oliveira, declarou: “espero que este movimento sensibilize tanto a
ministra Gleisi Hoffman, quanto a ministra Isabela Teixeira, para a nossa
reunião de terça-feira, em Brasília, que será uma reunião definitiva para
tratar deste tema; que elas retrocedam e mantenham esse direito dos
trabalhadores de permanecer atuando dentro do Parque Nacional com os seus
veículos”. “Temos que lutar até o último minuto, até o dia 29 de dezembro, que
é o prazo final para fazer com que o Instituto Chico Mendes faça uma nova
portaria ou prorrogue a atual, para que tenhamos um prazo para debater e
discutir a revisão do Plano de Manejo do parque e fazer valer o nosso direito”,
finalizou.
Prefeito Reni
Pereira e deputado Professor Sérgio de Oliveira, com representantes do setor
turístico - Foto: Elaine Mota
Proibição – A
partir do dia 29 de dezembro, veículos de turismo e táxis serão proibidos de
entrar no Parque Nacional do Iguaçu, por uma decisão do Tribunal Regional
Federal da 4ª. Região, sediado em Porto Alegre. A polêmica começou quando uma
entidade de proteção ao meio ambiente entrou na justiça para proibir a entrada
de veículos no parque, após o atropelamento de uma onça-pintada na Rodovia das
Cataratas, em 2009. A intenção era reduzir os impactos ao meio ambiente
causados pela circulação de veículos no parque. A medida já gerou inúmeros
debates e protestos, culminando hoje com mais uma mobilização do segmento
turístico.
Texto: Elaine Mota
Nenhum comentário:
Postar um comentário