Agentes culturais da cidade se reuniram para discutir,
por setores, a cultura da cidade
Texto: Elaine Mota
Fotos: Marcos Labanca
O
I Fórum dos Setoriais de Cultura de Foz do Iguaçu foi realizado na manhã do
último sábado, 08 de agosto, no auditório da Fundação Cultural e contou com 120
participantes. Promovido pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC),
o evento teve como objetivo formar uma rede colaborativa de agentes culturais
para atuar em projetos, na elaboração de políticas públicas e para a
reivindicação das demandas da cultura.
Os
participantes se
inscreveram em 13 setores: Artes Visuais, Música, Artesanato e Artes Aplicadas,
Artes Cênicas, Literatura, Audiovisual, Culturas Populares, Carnaval, Capoeira,
Artes Gráficas, Agente Cultural, Produtor Cultural e Patrimônio Cultural. No
fórum, essas linguagens foram reunidas em 6 eixos de discussão.
As
principais propostas apresentadas trataram da ampliação dos espaços e dos
canais de manifestação cultural, a valorização dos artistas e produtores
culturais iguaçuenses, a implantação de instrumentos de fomento (Fundo
Municipal de Cultura e leis de incentivo), a efetivação da política de
patrimônio cultural, a criação de festivais, mostras, feiras e outros eventos
destinados a diversas áreas artísticas, a revisão da legislação cultural e a
consolidação dos espaços de participação da sociedade civil na gestão pública
da cultura em instâncias de decisão.
Além do
fortalecimento do CMPC com a participação dos agentes culturais, serão
constituídos canais virtuais (internet) para a articulação e a mobilização da
Rede de Agentes Culturais de Foz do Iguaçu. Também serão criados Grupos de
Trabalho (GTs) junto ao Conselho de Cultura e pré-conferências serão realizadas
em todas as regiões da cidade, visando a Conferência Municipal de Cultura,
prevista para acontecer no próximo mês de outubro.
Paulo
Bogler, presidente do CMPC, ressaltou a importância do evento. “Saímos daqui
com um compromisso de criar uma rede articulada, de produtores e agentes
culturais, para discutirmos e avançarmos nas questões de políticas públicas, e
também para reforçarmos reivindicações que são antigas do meio cultural da
cidade”, disse. “Essa mobilização também está articulada à organização da
Conferência Municipal de Cultura, e já estamos convocando o movimento cultural
a revalidar suas reivindicações; queremos fazer com que a cultura seja
discutida por toda a população de Foz do Iguaçu; quando os iguaçuenses
assumirem para si essa bandeira, de verdade, com força, vai ser mais fácil
pleitearmos as demandas que temos, que são públicas e já discutidas há algum
tempo”, defendeu Paulo Bogler.
A
professora Ivanete Schumann, conselheira do CMPC e uma das organizadoras do
fórum, (juntamente com o professor Sérgio Winkert), destacou a movimentação
gerada pelo evento: “ficamos surpresos com a resposta da população, pois
tivemos um número bem expressivo de inscritos; queremos com esse encontro que
as pessoas percebam os espaços para se trabalhar a cultura e que saibam das
políticas públicas que estão sendo desenvolvidas há muito tempo, como é o caso
do Conselho Nacional de Cultura, existente desde 2010, com leis e demandas que
estão atendendo ao setor; a questão é o acesso a essas informações; por isso,
realizamos este fórum; espero que seja o primeiro de muitos, declarou.”
Para
a diretora de Cultura da Fundação Cultural, Arinha Rocha, “com este fórum,
iremos para a Conferência Municipal mais amadurecidos, e assim, será possível se
exigir o que é necessário do poder público; para a Fundação Cultural, todo esse
movimento é importante, pois não fazemos nada sozinhos; quanto mais a sociedade
estiver engajada na importância da cultura, mais a Fundação ganha, reforçando a
política que temos que desenvolver na cidade”, afirmou.
Carta da Cultura – Durante o fórum, foi
elaborada a Carta da Cultura de Foz do Iguaçu, na qual constam 5 principais
reivindicações:
1.
Democratização da arte e da cultura entre a população, por meio de projetos e
programas de alcance popular, baseados na formação, na produção e na circulação
dos bens e serviços culturais;
2.
Efetivação de mecanismos de apoio, fomento e patrocínio cultural a artistas,
produtores e agentes iguaçuenses;
3.
Implantação da política municipal de proteção e promoção do patrimônio cultural;
4.
Diversificação, revitalização e qualificação de equipamentos e espaços públicos
destinados à cultura;
5.
Conversão dos canais de participação da sociedade civil em instâncias de tomada
de decisão, efetivando a atuação compartilhada, a transparência e o controle
social da gestão pública da cultura.
A carta será encaminhada a representantes da
gestão governamental e a órgãos responsáveis por acompanhar e assegurar o
cumprimento de direitos sociais como a cultura. Tanto a carta, como todas as
propostas específicas que ainda estão sendo sistematizadas na totalidade,
estarão disponíveis em breve no site
do CMPC: www.conselhodeculturafoz.com.br.
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