Projeto
reformula a legislação para o tombamento de prédios
históricos
e cria o inventário do patrimônio imaterial
A proposta de revisão da
legislação municipal para o patrimônio cultural será apresentada e deliberada
durante a primeira reunião ordinária do ano do Conselho Municipal de Políticas
Culturais de Foz do Iguaçu (CMPC), na sexta-feira (13). O projeto formulado
pelo órgão altera a lei nº 1.500/90, adequando e constituindo novos mecanismos
de proteção dos bens e expressões históricas, naturais, culturais e artísticas
de Foz do Iguaçu. A referida lei foi ampliada e assim, o conceito instituído no
novo texto considera a unidade e a interdependência existente entre patrimônio
cultural material e imaterial.
“A proposta garante o
tombamento dos imóveis de valor histórico para a cidade e também cria o
inventário para salvaguardar as práticas, expressões e conhecimentos que são
referências para diferentes grupos e segmentos sociais”, explica Paulo Bogler,
presidente do Conselho de Cultura. O projeto do CMPC também atualiza, amplia e
define o papel do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
“A política de patrimônio
está inserida na proposta de se repensar a cidade, identificando as suas marcas
históricas, valorizando a diversidade, dialogando e interagindo com os modos de
pensar, agir e fazer das pessoas que no dia a dia constroem esse espaço chamado
Foz do Iguaçu”, reflete a socióloga Renata Machado, professora do curso de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
Após a deliberação do Conselho de Cultura, a
proposta será enviada ao Poder Executivo, para os encaminhamentos destinados à
alteração da lei de patrimônio cultural em vigor. Toda a comunidade pode
participar da reunião do Conselho de Cultura e contribuir com a finalização da
proposta.
Museu e Política
de Patrimônio – Entre as
disposições que integram a nova legislação proposta pelo Conselho de Cultura,
está a criação do Museu de Foz do Iguaçu. O projeto também prevê a
constituição de um espaço urbano voltado à valorização e à promoção do
patrimônio cultural, denominado de Centro da Memória de Foz do Iguaçu,
abrangendo edificações relevantes localizadas na região central do município,
demarcadas a partir do início de sua formação social. Os locais deverão ser identificados e
colocados sob proteção, para a valorização e a promoção da história do
município.
A
nova lei do patrimônio cultural ainda sugere a criação de um setor técnico para
atender esta temática, vinculado à Fundação Cultural. Também está previsto no
documento a implementação de um plano de educação patrimonial destinado ao
estudo, à divulgação e difusão das referências históricas e culturais
iguaçuenses, especialmente entre as escolas.
Conselho
do Patrimônio – De acordo com o projeto que será analisado
pela plenária do CMCP, deverá ser efetivado o Conselho Municipal de Patrimônio
Cultural, órgão responsável por deliberar sobre as iniciativas de proteção e a
aplicação das diretrizes da política patrimonial. O colegiado será formado por
19 representantes de órgãos públicos, instituições de ensino superior e
organizações sociais. Entre os membros do novo conselho, 4 deverão ser
integrantes do movimento social da cidade e serão indicados diretamente pela
comunidade, sendo um representante dos ambientalistas, um dos trabalhadores, um
do movimento ligado à cultura de matriz africana e um das associações
comunitárias.
Comissão – A definição dos conceitos e a elaboração do texto
da nova lei de patrimônio cultural foram realizadas por um grupo de trabalho
composto pelo jornalista Alexandre Palmar (Sindijor), a arquiteta Carina Titon
(Fozhabita), a turismóloga Elaine Mota (Secretaria de Turismo), a professora
Ivanete Schumann (Unioeste), a gestora Maria das Graças dos Santos (Gresfi), o
servidor público Nelson Pereira Lima (Fundação Cultural), o produtor cultural
Paulo Bogler (Associação Guatá), a socióloga Renata Silva Machado (Unila) e o
turismólogo Sergio Winkert (Unioeste).
O trabalho de revisão da legislação sobre o
patrimônio cultural é resultado de duas oficinas de formação e diálogo,
realizadas nos meses de março e setembro de 2014. Formou-se uma comissão de 27
(vinte e sete) componentes e um grupo de trabalho derivado deste núcleo
elaborou o texto final.
A primeira oficina denominada Construindo a Política Municipal de Patrimônio Cultural e Natural foi
realizada por meio da parceria entre o CMPC, Fundação Cultural de Foz do
Iguaçu, Itaipu Binacional, Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e Conselho
Estadual do Patrimônio Cultural.
O segundo encontro, chamado de Diálogo sobre o Patrimônio Cultural, foi organizado pelo Conselho
de Cultura, contando com o apoio da Fundação Cultural e a participação de
estudantes e professores da Unila, (Unioeste/Foz do Iguaçu), UDC e Uniamérica.
Grupo
Escolar Bartolomeu Mitre, em 1944
Detalhe da
oficina sobre patrimônio, durante a Feira do Livro, em 2014
Integrantes da comissão de revisão consultam documentos no arquivo do Gresfi
Antigo
Hotel Cassino, em 1930. Atualmente, a sede do Senac
No prédio
do Gresfi, identificação do primeiro aeroporto de Foz do Iguaçu
Lei do
patrimônio permitirá a proteção bens móveis e intangíveis, acervos de obras e
publicações
SERVIÇO
Reunião do Conselho de Cultura
Data: 13/02/15 (sexta-feira), às 9h
Local: Fundação Cultural de Foz do Iguaçu.
Contatos do CMPC:
Sala do Conselho: (45) 3521-1508 e 9806-4257 (Paulo
Bogler)
Texto: CMPC / Fotos: Elaine Mota / CMPC e acervo Secretaria Municipal de Turismo
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